Estou pensativa hoje e quero dividir...
Temos a chance de seguir sem aprender nada e desistir diante de dificuldades ou se entregar ao sentimento infantil (porque costumamos esquecer como é aprender e estar no processo de aprendizagem se permitindo sentir a frustração de errar e poder levantar pra tentar de novo - como fazemos por quase toda a infância - sem exigir perfeição) de tentar e tentar e tentar… mas a cada nova tentativa com um detalhe diferente.
Uma das minhas válvulas de escape é a flauta e a música.. e embora eu ame tocar, o fato de errar me revolta absurdamente, mas tbm me traz a resiliência de continuar. (E levo isso comigo em outros setores da vida, na maioria das vezes pensando e repassando: 💭lembra vc no começo? E como superou? Volta ali atrás.. olha como persistir foi necessário)
▶️ Essa apresentação foi a minha 3ª, a qual fui convidada para tocar num sarau de piano, sendo a única flautista, num centro musical que está comemorando 150 anos, com um pianista e multiinstrumentista incrível de bom. (Sem pressão nenhuma 😬)
☑️ DETESTEI a minha perfomance aqui.
☑️Levei 2 dias pra engolir a frustração de uma apresentação de 2min que não permitiria 2ª chance.
☑️Eu fico super tensa em apresentação musical, mas se tem algo que não combina comigo é sucumbir ao sentimento de “não consigo”. Nessa apresentação: Errei no timming de entrada, errei umas 2-3 notas (notas colocadas onde não deviam), em determinando ponto a boca secou tanto que o sopro não saiu correto e isso acarretou num processo de desespero ainda maior, aqui com várias notas corretas feitas de forma absurdamente errada (mas na música, salvo em raros casos, não se para! Para não quebrar a conexão e fluxo dos que estão assistindo. Erra-se com atitude e melhora durante o processo)
☑️O conhecimento do melhor ponto de pausa me deu a chance de mesmo errando em alguns pontos, poder me recuperar e fazer um bom final (Aprendi com UX e leis da psicologia a Regra do pico-final: que clientes, usuários e pessoas em geral, julgam sua experiência com algo baseado no seu primeiro contato, seu pico e muito fortemente no final deste contato)
Consegui um final incrível e inesperado até pelo meu parceiro já que havíamos combinado um andamento diferente (mas também aprendemos a ouvir o parceiro e acompanhar). Onde ali, os erros foram relevados e diga-se de passagem, acredito que ficou melhor mesmo da forma feita.
☑️Quando contei pra algumas pessoas o meu ódio nos erros, como estava, a boca seca e alguns percalços até ficar na frente de todos o que ouvi foi: “estava lindo!” “Só percebi erro porque vocês entregam na cara” “não parecia que você estava assim” “pensei que era professora também” “quando não sabem tocar flauta é horrível, porque o som é péssimo” - feedbacks de pessoa leigas na música, claro. E não de conhecidos (eles enviesam a pesquisa).
Porque músicos, mesmo sem entender o instrumento, perceberam cada erro. E não significa que os outros talvez não tenham percebido os erros, mas eles foram ignorados conforme o andamento, a postura de não parar e acredito muito que sim, a finalização!
📝Onde quero chegar com isso:
➡️Sobre como nos boicotamos muitas vezes. Como não entendemos que MVPs também são necessários na nossa vida. (Pois ja identifiquei vários pontos onde posso melhorar e diminuir chances de erro).
➡️Sobre como muitas vezes, por sermos adultos e termos algumas referências mais “maduras” esquecemos o quanto o nosso processo não vai ser dado da noite pro dia e que sim, teremos que errar para descobrir o que precisa melhorar e de fato: aprender.
➡️ Que podemos traçar paralelos entre nossa vida privada, hobbies e profissional. Afinal, aprendizados em cada um destes pode levar a entendimento de pontos de melhorias em outros que não parecem estar interligados, mas acredite, tudo sempre está!
➡️E agora, tenho uma nova interpretação para o “quando foi a última vez que fez algo pela primeira vez?”.
Pois pra mim, trata-se também de quando você se permitiu errar e manter o sentimento de aprendizagem, entendeu a frustração como oportunidade e se permitiu reconstruir TODO dia suas credibilidades, pensamentos e atos!
➡️E sim, o único jeito de diminuir a tensão de apresentação é praticando. Não adianta praticar em laboratório (ambiente estéril e controlado) se preciso apresentar este em ambiente completamente oposto. Pois os aprendizados ali, não serão percebidos tampouco aprendidos.
“Fail fast”
Após os 2 Dias de revolta, eu consegui sentir alegria. De ter feito, superado, aprendido e mais uma vez: não se dar por vencida sem enfrentar possibilidades de aprendizado e crescimento.
Além da percepção que no fim, tudo está sempre conectado!